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Foi com muita discrição mediática que foi hoje inaugurada a estação de metro Baixa-Chiado PT BlueStation. Só quem por lá passou notou as diferenças, que são muito mais profundas do que as projecções de luz e cor nas paredes brancas da estação ou que os leds azuis nas plataformas.
Na verdade, trata-se duma concessão da Metro Lisboa à Portugal Telecom para exploração publicitária ficando esta última com os encargos de manutenção da estação. Uma espécie de patrocínio bem ao estilo do que se fazem as equipas de futebol; vendem a terceiros o nome dum pavilhão, duma bancada ou do próprio estádio durante um período de tempo (chamam-lhe naming). Não encontrei muito mais informação sobre este contrato de concessão mas diz-se que terá a duração de 4 anos e Zeinal Bava define-o como um “investimento significativo” da PT. Do lado do Metro Lisboa, o seu presidente Cardoso dos Reis diz que quer replicar esta ideia e que em 2012 já teremos outras estações patrocinadas, como por exemplo, o Marquês de Pombal.
Decidi ir até à estação e ver por mim mesmo. A estação Baixa-Chiado, concebida pelo arquitecto Siza Vieira está no topo das minhas preferências estéticas, pelo que tinha receio de encontrar enormes tarjas com os fedorentos da MEO ou um Sapo verde agarrado a uma miúda gira. Mas não. Até ver.
Agradou-me pela discrição e pelo cuidado da publicidade não ser invasiva nem perturbadora. Entrando na estação pela rua do Crucifixo, uma projecção de informação útil, como um flash de noticias, a temperatura e as horas. Projecção como esta, podemos encontrar novamente nas extremidades da estação e no átrio de acesso às plataformas (piso das bilheteiras).
A informação ao utente foi mantida, como a indicação de destinos, wc, acesso aos elevadores, etc. Li aqui que também os mapas seriam alterados mas não dei conta disso. A placa sim, tinha uma ligeira alteração.
A PT fica também responsável pela dinamização da estação e prevê-se que venha a ter uma agenda cultural bem preenchida, que era algo que a Metro Lisboa fazia muito esporadicamente.
Defendo que nestes espaços públicos seja promovido este tipo actividades porque são pontos de passagem obrigatório para milhares de pessoas e as esperas podem tornar-se mais agradáveis. Vejo toda a vantagem de aplicação deste modelo a outras estações, que salvaguarda o interesse dos utentes, potencia a utilização dos transportes públicos e, não menos importante, alivia a empresa Metro Lisboa dos encargos de manutenção que encontra desta forma uma nova fonte de financiamento.